Autor(es):
Gouveia, Miguel ; Costa, João ; Alarcão, Joana ; Augusto, Margarida ; Caldeira, Daniel ; Pinheiro, Luís ; Carneiro, António Vaz ; Borges, Margarida
Data: 2015
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.14/33954
Origem: Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa
Assunto(s): Fibrilhação auricular; Doença; Custo e carga da doença; Anos de vida perdidos ajustados por incapacidade; Atrial fibrillation; Cerebro vascular disease; Cost of illness; Burden of disease; Disability-adjusted life years Burden
Descrição
Introdução e objetivos: A fibrilhação auricular é a disritmia persistente mais prevalente. Pretendemos estimar a carga e custos da doenc¸a atribuíveis à fibrilhac¸ão auricular em Portugal com base nas estatísticas demográficas e de saúde. Métodos: Utilizou-se informação sobre mortalidade por causa da OMS-Europa. Dados hospitalares foram provenientes da base de dados dos GDH. A carga da doença foi medida pelos DALY (disability-adjusted life years) ou anos de vida perdidos ajustados por incapacidade, uma métrica adotada pela Organização Mundial de Saúde. Os custos incluíram os consumos de recursos e as perdas de produtividade. A carga e os custos da doença estimados são os atribuíveis àfibrilhac¸ão auricular e à sua principal complicac¸ão, o acidente vascular cerebral isquémico.Resultados: Em Portugal, no ano 2010, podem atribuir-se à fibrilhação auricular 4070 mortes correspondendo a 3,8% do total das mortes ocorridas. A carga da doença atribuível à fibrilhação auricular foi estimada em 23.084 DALY: 10.521 decorrentes das mortes prematuras (1,7% dosDALY por morte em Portugal em 2010) e 12 563 devidos à incapacidade gerada pela morbilidade. O total estimado de custos diretos para o sistema de saúde a prec¸os de 2013 atribuíveis à fibrilhação auricular foi de 115 MD(milhões de euros): 34 MD em internamento e 81 MD em ambulatório. Os custos indiretos gerados pela produção perdida devidos à incapacidade causadapela doenc¸a foram estimados em 25 MD. Conclusões: A fibrilhação auricular tem um importante impacto social em Portugal devido à mortalidade e morbilidade geradas, podendo-se-lhe atribuir em 2013 um custo total de 140 MD,cerca de 0,08% do produto interno bruto.