Autor(es):
Nicz,Pedro Felipe Gomes ; Melo,Pedro Henrique M. Craveiro de ; Brito,Pedro Henrique Ferro de ; Lima,Eliane Nogueira ; Silva,Ricardo Cavalcante e ; Prudente,Maurício Lopes ; Fernandes,Fernando Henrique ; Deininger,Maurilio Onofre ; Lopes,Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga ; Petrucci,Fúlvio Soares ; Reis Filho,Fernando Roquette ; Marino,Marcos Antonio ; Bernardes,Rodrigo de Castro ; Melo,Eduardo Pessoa de ; Oliveira,Marco Antonio Praça ; Mangione,José Armando ; Mangione,Fernanda Marinho ; Falcão,Carlos Henrique Eiras ; Martins,Estêvão Carvalho de Campos ; Lunardi,Walter ; Bacal,Fernando ; Tarasoutchi,Flávio ; Brito Jr,Fábio Sândoli de
Data: 2020
Origem: Oasisbr
Assunto(s): Estenose da Valva Mitral/cirurgia; Substituição da Valva Mitral Transcateter; Bioprótese; Ecocardiografia Transesofagiana/métodos; Implante de Prótese de Valva Cardíaca/tendências
Descrição
Resumo Fundamento A intervenção percutânea em pacientes com disfunção de prótese biológica mitral apresenta-se como uma alternativa ao tratamento cirúrgico convencional. Objetivo Relatar a primeira experiência brasileira de implante transcateter de bioprótese valve-in-valve mitral via transeptal (TMVIV-via transeptal). Métodos Foram incluídos pacientes portadores de disfunção de bioprótese cirúrgica submetidos ao TMVIV-transeptal em 12 hospitais brasileiros. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p<0,05. Resultados Entre junho/2016 e fevereiro/2019, 17 pacientes foram submetidos ao TMVIV-via transeptal. A mediana de idade foi 77 anos (IIQ,70-82), a mediana do escore STS-PROM foi 8,7% (IIQ,7,2-17,8). Todos os pacientes tinham sintomas limitantes de insuficiência cardíaca (CF≥III), tendo 5 (29,4%) sido submetidos a mais de uma toracotomia prévia. Obteve-se sucesso do TMVIV-via transeptal em todos os pacientes. A avaliação ecocardiográfica demonstrou redução significativa do gradiente médio (pré-intervenção, 12±3,8 mmHg; pós-intervenção, 5,3±2,6 mmHg; p<0,001), assim como aumento da área valvar mitral (pré-intervenção, 1,06±0,59 cm2; pós-intervenção, 2,18±0,36 cm2; p<0,001) sustentados em 30 dias. Houve redução significativa e imediata da pressão sistólica de artéria pulmonar, com redução adicional em 30 dias (pré-intervenção, 68,9±16,4 mmHg; pós-intervenção, 57,7±16,5 mmHg; 30 dias, 50,9±18,7 mmHg; p<0,001). Durante o seguimento, com mediana de 162 dias (IIQ, 102-411), observou-se marcada melhora clínica (CF≤II) em 87,5%. Um paciente (5,9%) apresentou obstrução de via de saída de ventrículo esquerdo (VSVE), evoluindo para óbito logo após o procedimento, e outro morreu aos 161 dias de seguimento.Conclusão: A primeira experiência brasileira de TMVIV-transeptal demonstra a segurança e a efetividade dessa nova técnica. A obstrução da VSVE é uma complicação potencialmente fatal, reforçando a importância da seleção dos pacientes e do planejamento do procedimento. (Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0)