Author(s): Guerreiro, Nelson
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.6/1296
Origin: uBibliorum
Subject(s): Cinema - Projecto cinematográfico; Cinema - Documentário
Author(s): Guerreiro, Nelson
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.6/1296
Origin: uBibliorum
Subject(s): Cinema - Projecto cinematográfico; Cinema - Documentário
O projecto de mestrado apresentado no suporte audiovisual pretende retratar a vida e obra do músico português, José Mário Branco. Este retrato foca sobretudo a sua obra musical mais politizada, e o género comummente designado de Canto de Intervenção, ou de Protesto, surgido em finais dos anos 60, em Portugal, e em português. José Mário Branco, nasceu em 1942 no Porto, durante o regime Fascista do Estado de Novo. Desde muito cedo que a sua personalidade inquieta procurou, e, ainda procura nos dias de hoje identificar os “males” de que padecem as Sociedades actuais. A sua obra procura abrir caminho para a libertação dos povos, quer através da música, quer através da poesia, ou da politica. Um humanista raro na nossa contemporaneidade, homem dos sete ofícios procura desde sempre denunciar e tornar visíveis as injustiças que povoam os nossos dias. O José Mário Branco é um músico eclético, e singular no panorama Português, um agente social e criador único que trabalha e denuncia como poucos, a(s) mudança(s) do(s) nosso(s) tempo(s). Surgido em finais da década de 60, tornou-se músico por acidente, quando estava exilado em Paris, e não mais parou. É raro encontrar um musico tão versátil e imprevisível como José Mário...basta ouvir os seus discos. Este trabalho cinematográfico pretende entrelaçar e confrontar a mensagem da sua obra com o seu País, porque o seu trabalho como músico é um testemunho histórico, permitindo estabelecer um ponto de vista ímpar com a sua terra, e as suas gentes. Percurso singular, a sua obra caracteriza-se pelo valor humanista, da mudança, e da libertação. Ironicamente, essa mudança é rara e injustamente compreendida pelo público, talvez por culpa das suas posições e intervenções politicas que foi tendo ao longo da vida, cristalizando-se na sua obra um carimbo ou rótulo de Intervenção que vem dos tempos de Abril rotulo esse redutor, para um eclético talento criador. Por isso tentei revelar outros aspectos, como o de activista social, compositor-camaleão, e autor de outros géneros musicais como o Fado, as marchas populares, ou o Tradicional Português, influenciado pelas Recolhas de Michel Giacometti e Lopes Graça, de modo a descobrir outras “geografias” musicais presentes na sua obra, publicamente desconhecidas ou desvalorizadas. Só ao ver e ouvir as recolhas captadas por Michel Giacometti e Fernando Lopes Graça, me apercebi da enorme riqueza musical, etnográfica, e cinematográfica existente num país tão pequeno como Portugal. É caso único! Urge dizer e mostrar, pela riqueza e valor sonoro, como visual. José Mário Branco carrega essa herança impar, e transforma-a, recria-a no seu universo musical próprio, e oferece-nos através da sua música, de um raro e em vias de extinção Ser Português. Este filme é um documento humanista, social, histórico, politico, musical, etnográfico, e poético, de expressão portuguesa.