Autor(es):
Dario, Ana Rita ; Dourado, Catarina G. ; Pimentel, Mariana ; Amorim, António ; Carvalho, Mónica
Data: 2025
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.26/59409
Origem: Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, IP
Assunto(s): Agressões sexuais; Raspados subungueais; ADN
Descrição
Em crimes de agressão/abuso sexual, os critérios utilizados no exame clínico efetuado e a escolha dos vestígios biológicos a colher no corpo da vítima, por parte do perito médico, são de extrema importância para uma eventual identificação futura do agressor. Colheitas que não as mais adequadas podem conduzir a uma perda irrecuperável das evidências. São colhidas, de acordo com a informação dada pela vítima, zaragatoas do exsudado vaginal, vulvar, anal e de limpeza de pele, peças de roupa, pensos higiénicos, embora atualmente comecem a ser colhidos outros tipos de vestígios biológicos, como raspados subungueais. O objetivo deste trabalho é realçar a importância da recolha de raspados subungueais da vítima de abuso sexual, caso tenham ocorrido arranhões por parte da vítima, uma vez que este vestígio biológico pode ser determinante na identificação do agressor. Neste caso de estudo foram colhidas zaragatoas vaginais, vulvar, anal e perianal, um penso higiénico e raspados subungueais, da mão direita e mão esquerda. A prova de orientação de sémen não evidenciou a presença deste fluído em nenhuma das zaragatoas e penso higiénico, nem foi possível identificar um perfil genético nestas amostras. No penso higiénico e nos raspados foi obtido o mesmo haplótipo do cromossoma Y. Porém, apenas nos raspados subungueais, da mão direita e mão esquerda, foi identificado o mesmo perfil genético de mistura (feminino e masculino), compatível com o perfil da vítima e com o perfil de outro indivíduo. Este perfil genético de mistura poderá ser utilizado em estudos comparativos futuros, sendo para tal necessário material biológico de referência do suspeito, ou inserido na Base de Dados de Perfis de ADN. É de salientar, que neste caso de estudo, os raspados subungueais foram as únicas amostras colhidas onde foi possível obter um perfil genético de mistura com STRs autossómicos que poderá conduzir à identificação do agressor, o que demonstra a importância da recolha deste tipo de vestígios biológicos, constituindo um importante meio de prova a resolução de casos de agressão sexual.