Autor(es):
Reguinga , Patrícia ; Afonso, Joana ; Carmo, Matilde ; Ribeiro, Edna ; Edna
Data: 2025
Origem: Saúde & Tecnologia
Assunto(s): Methicillin-resistant Staphylococcus aureus; Nosocomial infections; Antibiotic resistance genes; Virulence factors; MRSA; Staphylococcus aureus resistente à meticilina; Infeções nosocomiais; Genes de resistência a antibióticos; Fatores de virulência; MRSA
Descrição
Introdução – O Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) tem-se disseminado globalmente, tornando-se endémico em muitos hospitais e comunidades. Além da meticilina, diversas estirpes de S. aureus têm mostrado resistência a uma variedade de outros antibióticos. Esta resistência é conferida por genes cuja presença e expressão são facilitadas por uma alta taxa de recombinação genética e pela capacidade de transferência horizontal de genes. A recente sequenciação dos diferentes genomas das estirpes de S. aureus e o desenvolvimento de ferramentas de bioinformática são muito promissores na identificação e caracterização de genes-alvo associados a esta resistência. Objetivo – Determinar as tendências emergentes, estirpes mais prevalentes, mecanismos moleculares subjacentes e fatores de virulência e como esses elementos estão relacionados com a resistência antimicrobiana e o sucesso das infeções causadas por diferentes estirpes de S. aureus. Métodos – Utilizaram-se as bases de dados PubMed e ScienceDirect para pesquisar artigos de janeiro de 2016 a agosto de 2024, com texto completo disponível em língua inglesa, que estudassem infeções nosocomiais por S. aureus efetuando testes de sensibilidade a antibióticos (TSA) e análise do genoma, de modo a identificar genes de resistência a antibióticos e fatores de virulência. Adicionalmente foram também pesquisados artigos no website Elicit. A seleção dos artigos e da informação foi realizada através da ferramenta Rayyan e a extração da informação pelo Microsoft Excel. Resultados – Foram incluídos quatro estudos, realizados no continente asiático, mas em diferentes regiões. Os estudos realizados na China concentraram-se principalmente nos dois clones MRSA ST239 e ST59, reconhecidos mundialmente. No estudo no Irão, realizado em cinco hospitais, os isolados MRSA demonstraram uma distribuição clonal notável que reflete a epidemiologia local. O estudo realizado nas Filipinas revelou que a maioria dos isolados de MRSA pertencia ao complexo CC30, distribuídos principalmente entre o subtipo ST30 e a sua variante de locus único ST1456. Conclusão – Os dois clones ST239 e ST59 são dos mais prevalentes mundialmente em infeções nosocomiais causadas por MRSA. A maioria dos estudos demonstrou que todos os isolados de MRSA foram identificados como resistentes à penicilina e oxacilina. Os estudos que determinaram os fatores de virulência permitiram concluir que os MRSA possuem genes de virulência, sendo os mais comuns o gene chp e os genes codificadores de PVL.
Introduction – Methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) has disseminated globally, becoming endemic in many hospitals and communities. In addition to methicillin, S. aureus strains have shown resistance to other antibiotics. This resistance is conferred by genes whose presence and expression are promoted by a high rate of genetic recombination and horizontal gene transfer. The recent sequencing of the different S. aureus strains genomes and the development of bioinformatics tools hold great promise for identifying and characterizing target genes associated with this resistance. Objective – To determine emerging trends, most prevalent strains, underlying molecular mechanisms and virulence factors, and how these elements are related to antimicrobial resistance and the success of infections caused by different S. aureus clones. Methods – PubMed and ScienceDirect databases were used to search for articles published between January 2016 and August 2024 with full text available in English that investigated nosocomial infections by S. aureus, testing (AST), and genome analysis to identify antibiotic resistance genes and virulence factors. Additionally, articles from the Elicit website were also searched. The articles and information were screened using the Rayyan tool and extracted using Microsoft Excel. Results – Four studies were included, included, all of which were conducted in Asia, but in different regions. The studies conducted in China primarily focused on the two globally recognized ST239 and ST59 clones. The more localized study from Iran, carried out across five hospitals, showed a remarkable clonal distribution that reflected the local epidemiology. Meanwhile, the study from the Philippines revealed that the majority of MRSA isolates belonged to the CC30 complex, distributed mainly between the ST30 subtype and its single-locus variant ST1456. Conclusion – MRSA clonal lineage sequence types ST239 and ST59 are the most prevalent worldwide in nosocomial infections. Most studies have shown that all MRSA isolates were identified as resistant to penicillin and oxacillin. Virulence factors have concluded that the isolates carry virulence genes, with the most common being the chp and PVL coding genes.