Autor(es):
Pista, Ângela ; Silveira, Leonor ; Ribeiro, Sofia ; Fontes, Mariana ; Castro, Rita ; Coelho, Anabela ; Furtado, Rosália ; Lopes, Teresa ; Maia, Carla ; Mixão, Verónica ; Borges, Vítor ; Sá, Ana ; Soeiro, Vanessa ; Correia, Cristina Belo ; Gomes, João Paulo ; Saraiva, Margarida ; Oleastro, Mónica ; Batista, Rita
Data: 2023
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.18/8885
Origem: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Assunto(s): Escherichia coli patogénica; Salmonella spp; Campylobacter spp; Vida Selvagem; Doenças Zoonóticas; Infeções Gastrointestinais
Descrição
A coexistência entre humanos e animais selvagens pode aumentar o risco de transmissão direta de agentes patogénicos zoonóticos emergentes ou reemergentes para humanos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a ocorrência de três importantes agentes patogénicos de origem alimentar em animais selvagens de dois centros de conservação da vida selvagem, em Portugal. Para tal, foram testadas 132 amostras fecais para a presen- ça de Escherichia coli (E. coli produtora de toxina Shiga (STEC) e não pro- dutora de toxina Shiga (não-STEC)), Salmonella spp. e Campylobacter spp.. Foi realizada a caracterização genotípica (pesquisa de genes de vi- rulência, pesquisa de genes de resistência a antimicrobianos (AMR), se- quenciação total do genoma (WGS)) e fenotípica (serotipagem e perfis de AMR) de todos os isolados de interesse. No geral, 62 amostras testaram positivo para pelo menos uma das espé- cies analisadas: 27,3% para STEC, 11,4% para não-STEC, 3,0% para Sal- monella spp. e 6,8% para Campylobacter spp. Foi detetada resistência a antimicrobianos em quatro isolados de E. coli e no único isolado de Cam- pylobacter coli. A análise de WGS revelou que 57,7% (30/52) das E. coli patogénicas integram agrupamentos genéticos de isolados fortemente relacionados (muitas vezes envolvendo diferentes espécies de animais), indicando a existência de circulação e transmissão de diferentes estirpes patogénicas de E. coli nas áreas estudadas. Estes resultados apoiam a ideia de que a saúde dos seres humanos, dos animais e dos ecossistemas são interdependentes, reforçando a importân- cia de uma abordagem One Health (Uma Só Saúde) para melhor monitori- zar e controlar as ameaças em saúde pública