Autor(es):
Carvalho, Isabel Lopes de ; Sousa, Rita de ; Luz, Teresa ; Parreira, Paulo ; Gomes, Maria Salomé ; Soares, Patrícia ; Zé-Zé, Líbia ; Osório, Hugo Costa ; Alves, Maria João ; Santos, Ana Sofia ; Equipa REVIVE ; Núncio, Maria Sofia
Data: 2024
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.18/9224
Origem: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Assunto(s): REVIVE; Rede de Vigilância de Vetores; Ixodídeos; Carraças; Agentes Zoonóticos; Doenças Transmitidas por Vectores; Doenças Infecciosas; Saúde Pública; Portugal
Descrição
As carraças são um dos vetores mais importantes de agentes patogénicos para o Homem, com impacto crescente em saúde pública em todo o mundo. Os agentes infeciosos transmitidos por carraças incluem vírus, como o vírus da encefalite transmitida por carraças e da febre hemorrágica Crimeia-Congo, bactérias, tais como os agentes etiológicos da borreliose de Lyme, febre escaro nodular, outras rickettsioses e anaplasmose humana e parasitas protozoários que causam a babesiose. As doenças associadas a carraças estão a emergir e reemergir sendo um dos principais fatores, identificado particularmente no hemisfério norte, o alargamento da distribuição geográfica destes artrópodes que funcionam como vetores. Em Portugal, a vigilância das carraças e dos agentes infeciosos transmitidos é assegurada pela Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE). Neste artigo apresentam-se, de forma resumida, os resultados das carraças colhidas em humanos e dos agentes etiológicos detetados durante o ano de 2023. Nos 430 ixodídeos colhidos em humanos não foram identificadas espécies exóticas. A pesquisa de borrélia, rickettsia e CCHV por métodos moleculares foi efetuada em todos os espécimes de carraça colhidos e identificados, tendo sido observada respetivamente a prevalência anual de 6,7%, 32,8% e 0%. O REVIVE-carraças contribui para o conhecimento da fauna de ixodídeos de Portugal e do seu papel de vetor, representando a componente entomológica indispensável à avaliação do risco de transmissão de doenças potencialmente graves dos programas de vigilância epidemiológica.