Author(s):
Amaro, Catarina ; Faria, Ana Rita ; Gonçalves, Catarina ; Carvalho, Daniel
Date: 2023
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.21/17140
Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa
Subject(s): Continuous electroencephalogram; Non-convulsive status; Intensive care unit
Description
O Estado de Mal não convulsivo (EMNC) é definido como um padrão crítico identificado no eletroencefalograma (EEG) e caraterizado por alterações do estado da consciência e, em alguns casos, sinais motores subtis. Devido à evolução dos equipamentos de EEG, atualmente é possível realizarse o registo EEG por períodos prolongados (de horas a dias). Esta evolução levou ao aumento do uso do eletroencefalograma contínuo (EEGc) na unidade de cuidados intensivos (UCI), tornando-se fundamental na avaliação do estado neurológico dos pacientes em estado crítico e na deteção de crises em estágios reversíveis, mesmo quando não existem indícios clínicos para tal. Quanto à monitorização do EEGc, esta pode ser realizada com menos elétrodos, apesar da eficácia diagnóstica ser menor. A aplicação dos elétrodos deve ser idealmente realizada com colódio. Quanto ao processamento de informação do EEGc, os dados são guardados e transformados num formato de resumo que pode ser interpretado pela restante equipa não especializada em Neurofisiologia. O computador transforma a informação num espectro através da Transformação Rápida de Fourier, criando um EEG quantitativo. A Matriz Espectral Compactada é uma das ferramentas do EEG quantitativo e permite visualizar tendências prolongadas que são difíceis de apreciar no EEG bruto, o que ajuda na avaliação da progressão da causa do EMNC. Além disso, estas ferramentas reduzem bastante o tempo necessário que acompanha a análise de dados de um EEGc completo. Apesar dos benefícios, o EEGc também apresenta limitações, nomeadamente no que toca à preparação e aplicação de elétrodos, análise em tempo real e presença de artefactos. Face à variabilidade em como o EEGc é utilizado de centro para centro e face às políticas de reembolso, é necessária a realização de estudos adicionais para confirmar a relação existente entre o custo-benefício. Apesar da maior deteção de caraterísticas ictais e interictais por parte do EEGc, este não se correlaciona com uma melhoria dos resultados em comparação com os EEGs seriados convencionais. Além disso, a taxa de mortalidade é semelhante em ambos os casos. Assim, o EEG seriado pode representar uma alternativa válida em centros com recursos limitados. Deste modo, em conclusão, é necessário averiguar se de facto a utilização do EEGc para o EMNC compensa.