Author(s):
Queiroz, João ; Eça, Teresa ; Khalil, Sahar F. ; Adel, Dina ; Silva, Leide Fausta Gomes da ; Souza, Marise Berta de ; Goes, Jaildon Jorge Amorim ; Sousa, Ana ; Calado, Margarida ; Ferreira, Nuno Miguel Gonçalves Pinto ; Monego, Sónia ; Goulart Da Silva, Tharciana ; Lampert, Jociele ; Albino, Maria Teresa ; Rodrigues, Luís ; Reis, Jorge dos ; Soares, Lara Natacha Ferreira ; QUATTRER, MILENA ; Santos, Carolina Pereira dos ; Mello, Regina Lara Silveira ; Cerqueira, Fátima Nader Simões ; Gil, Carla Marina Fernandes ; Souza, Ana Sofia Santos de ; Pitta, Eduardo José dos Anjos
Date: 2017
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/50898
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Arte; Estudo e Ensino; Periódicos
Description
As técnicas de expressão são processos de expansão. A humanidade alargou o seu perímetro de retenção de ideias, de impressão ritual, de invocação memorial, através dos primeiros materiais plásticos, incisões, manchas, escarificações, desenhos. Assim o homem cresceu, dentro da sua mente, e a sua mente cresceu fora do homem: a linguagem sobrevive-nos, permite a transmissão de aquisições, veicula a cultura de geração em geração, está na base da civilização. A expansão humana consolida-se pelas técnicas de reprodução, mas com um preço: o da emancipação das coisas em relação aos homens. A linguagem pensa-nos. Os artefactos que produzimos exercem sobre nós estranhos poderes, as mercadorias são valorizadas tanto ou mais que as pessoas, o humano é desvalorizado na razão inversa. As pessoas querem parecer-se com imagens, mapas de bits que encantam. As tecnologias, essas expansões, sabem para onde se dirigem, sem olhar aos humanos: o vivo é dispensado, em benefício de um algoritmo de computação, de um bot, de um ser sem corpo e por isso sem necessidades. Um ser que ganha sempre. A interrogação sobre os conteúdos é hoje a interrogação sobre um real digitalizado, transformado em código. Este é um dos espaços que merece uma atenção particular na Educação Artística: pode-se pensar do outro lado do código?