Author(s): Ferreira, Sara ; Gomes, Emílio ; Araújo, Daniela ; Azevedo, Nuno F. ; Almeida, Carina Manuela Fernandes ; Castro, Joana
Date: 2024
Persistent ID: https://hdl.handle.net/1822/96020
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Project/scholarship: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/6817 - DCRRNI ID/UIDB%2F04469%2F2020/PT; info:eu-repo/grantAgreement/FCT/6817 - DCRRNI ID/UIDB%2F00511%2F2020/PT; info:eu-repo/grantAgreement/FCT/6817 - DCRRNI ID/UIDP%2F00511%2F2020/PT;
Os agentes patogénicos de origem alimentar são um problema recorrente de saúde pública, causando surtos frequentes que podem ter consequências drásticas. De modo a combater estes microrganismos, diversas medidas são habitualmente aplicadas, nomeadamente o uso de antibióticos e desinfetantes. No entanto, o uso excessivo destas substâncias pode levar ao desenvolvimento de resistência ou tolerância por parte dos microrganismos a estes agentes antimicrobianos. Assim, é importante procurar estratégias novas e diferentes que neutralizem a ação patogénica, mas que não exacerbem a resistência das bactérias aos antibióticos e desinfetantes. Para este efeito, foi avaliado o potencial dos sobrenadantes livres de células (SLCs) de organismos descritos como probióticos (Lactiplantibacillus plantarum, Lactobacillus acidophilus, Pediococcus acidilactici, Limosilactobacillus fermentum, Lactobacillus gasseri, e Lacticaseibacillus casei) no combate a agentes patogénicos de origem alimentar, nomeadamente Escherichia coli, Salmonella enterica (serovar Enteritidis and serovar Typhimurium), Listeria monocytogenes e Proteus mirabilis. Foram realizados ensaios de difusão em poços de agar e constatou-se que os SLCs testados tiveram um efeito inibitório no crescimento dos microrganismos estudados. É expectável que esta atividade inibitória esteja relacionada com a presença de ácidos orgânicos, peróxido de hidrogénio e bacteriocinas. Foi ainda constatado que os SLCs que apresentaram uma maior média de diâmetros dos halos de inibição foram os produzidos por L. gasseri e L. plantarum. Foi também avaliada a capacidade de inibição por parte dos SLCs da formação de biofilmes de organismos patogénicos, através da quantificação da biomassa do biofilme e da culturabilidade celular. Foi constatado que os biofilmes formados na presença de SLC (40% v/v) tiveram pelo menos 94% menos biomassa do que o caso em que não foi adicionado SLC. Relativamente à culturabilidade das células dos biofilmes, todos os valores obtidos acima de 0 encontravam-se abaixo do limite de deteção, o que aponta para que os SLCs apresentem atividade inibitória da formação de biofilmes. Estes resultados enfatizam a ação dos SLCs obtidos a partir de microrganismos descritos como probióticos contra agentes patogénicos de origem alimentar, sublinhando a sua potencial aplicação como alternativas aos desinfetantes na indústria alimentar. Para além disso, os SLCs oferecem soluções preventivas contra a formação de biofilmes patogénicos, o que é um desafio neste campo.
Este trabalho foi financiado por fundos nacionais através da FCT/MCTES (PIDDAC), no âmbito do projeto 2022.07654.PTDC - NAMsal. Este estudo foi, também, apoiado pela FCT no âmbito do financiamento estratégico da unidade UIDB/04469/2020, UIDB/00511/2020 e UIDP/ 00511/2020 e ALiCE, LA/P/ 0045/2020. Joana Castro e Daniela Araújo agradecem à FCT pelo CEEC individual (2022.06886.CEECIND/CP1737/CT0001 e 2023.06040.CEECIND respetivamente).
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