Author(s):
Silva, Beatriz ; Teixeira, João ; Trindade, Joana ; Madureira, Alexandra ; Moreira, Fernando ; Santos, Marlene
Date: 2023
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.22/25803
Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico do Porto
Subject(s): Citotóxicos; Exposição ocupacional; Quimioterapia; Técnica assética
Description
As atividades citostática, mutagénica e teratogénica dos fármacos citotóxicos colocam estes fármacos num patamar potencialmente perigoso para os profissionais que os manipulam e administram. Desta forma, avaliar a segurança e os riscos da exposição na manipulação, padronizar e uniformizar procedimentos, e adquirir boas práticas de utilização de equipamentos de proteção coletiva, equipamentos de proteção individual e restante material, constituem necessidades mínimas na área de preparação e administração de fármacos citotóxicos. No entanto, admite-se que, a prática de preparação de citotóxicos pode variar de entre diferentes hospitais e de país para país, havendo diferentes normas orientadoras publicadas e diferentes níveis de adesão às mesmas. Assim sendo, este estudo visa comparar as diferentes normas orientadoras existentes para a manipulação dos fármacos citotóxicos e avaliar a concordância de alguns procedimentos com o previsto pelas normas orientadoras e o nível de harmonização de algumas práticas de manipulação, entre diferentes hospitais. Para o efeito, foram analisadas as normas orientadoras ASHP, ISOPP, EPL, OSHA, OSHA Oregon e foi aplicado um questionário, aos diretores de ServiçosFarmacêuticos, ou representantes por si indicados, de hospitais da região Norte dePortugal. As variáveis estudadas incluíram a utilização de equipamentos (como equipamentos de proteção individual e câmaras de fluxo laminar), materiais (seringas, agulhas e sistemas fechados), tempos consecutivos de manipulação, formação prévia de trabalhadores, tempo consecutivo de utilização de um par de luvas até á sua troca e presença de kit de derrames de citotóxicos nos Serviços Farmacêuticos. Os resultados do estudo permitiram a constatação de algumas diferenças nas práticas recomendadas pelas normas orientadoras, e o efetuado a nível hospitalar, a título de exemplo, apresenta-se o tempo de manipulação, uma vez que nas guidelines está desaconselhada a manipulação de fármacoscitotóxicos por mais de 2 horas seguidas e 14% dos hospitais inquiridos manipula mais de 152 minutos seguidos. No entanto, a maioria das restantes questões relacionadas com práticas, materiais e equipamentos apresentaram resultados harmonizados e concordantes com as normas orientadoras analisadas. Sendo exemplo disto os resultados encontrados de 100% a nível de presença de kits de derrames de citotóxicos e ainda 100% de adesão para autilização de materiais e equipamentos de proteção individual como luvas adequadas para manipulação de citotóxicos. Pela realização deste estudo concluiu-se que deveria existir uma menor heterogeneidade das informações disponibilizadas nas guidelines consultadas, bem como que os resultados do estudo sugeriram um efetivo cumprimento das boas práticas previstas para manipulação de citotóxicos nos hospitais inquiridos. Para perspetivas futuras, sugere-se a expansão do questionário, aumentando o número de perguntas direcionadas à manipulação de CTX, bem como do material, e ambicionar estender este trabalho a todas as regiões de Portugal Continental.