Autor(es):
Escobar, C ; Moniz, M ; Mascarenhas, I ; Silvestre, C ; Nunes, P ; Abadesso, C ; Ferreira, T ; Loureiro, H ; Barra, A ; Dias, A ; Almeida, HI
Data: 2015
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.10/1577
Origem: Repositório do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca
Assunto(s): Criança; Acidente vascular cerebral; Anemia falciforme; Transfusão de sangue
Descrição
Introdução: A doença das células falciformes ou drepanocitose pode ter consequências graves e as transfusões têm um papel fundamental no prognóstico da doença. Existem poucos estudos sobre a utilização da técnica manual de transfusão permuta ou exsanguíneo-transfusão parcial de glóbulos vermelhos no tratamento de complicações agudas da drepanocitose na população pediátrica. A técnica pretende diminuir os níveis de hemoglobina S, mantendo estáveis a concentração de hemoglobina e o hematrócrito, evitando a sobrecarga hídrica e de ferro. Neste trabalho é descrita a experiência dos autores de utilização de transfusão permuta parcial. Métodos: Estudo observacional e descritivo de crianças com células falciformes internadas numa unidade de cuidados intensivos pediátricos entre janeiro de 2011 e dezembro de 2013 e que realizaram transfusão permuta parcial manual. Resultados: Foram realizados dez procedimentos a sete doentes . A mediana da idade era de nove e todos eram homozigóticos para hemoglobina S. A indicação foi acidente vascular cerebral num e síndrome torácica aguda em nove. A mediana da redução de hemoglobina S foi de 27% com incremento de hemoglobina de 0,1g/dL. A mediana do volume trocado foi de cerca de 24mL/kg e a técnica demorou 60-120 minutos. As complicações foram obstrução do lúmen do cateter, hipotensão e hipotermia. Todos os doentes apresentaram melhoria clínica, exceto no acidente vascular cerebral. Discussão: A transfusão permuta parcial manual é uma técnica simples e segura, associada a bons resultados clínicos, e que pode ser realizada em unidades de pediatria sem equipamento de eritrocitaferese nem diferenciação específica, permitindo assim uma expansão das opções terapêuticas das complicações agudas da drepanocitose.