Autor(es):
Lodhia, Zohra ; Cordeiro, Dora ; Correia, Cristina ; João, Inês ; Carreira, Teresa ; Vieira, Luís ; Nunes, Alexandra ; Ferreira, Rita ; Schäfer, Sandra ; Aliyeva, Elzara ; Portugal, Clara ; Monge, Isabel ; Pessanha, Maria Ana ; Toscano, Cristina ; Côrte-Real, Rita ; Antunes, Marília ; Gomes, Joao Paulo ; Borges, Vítor ; Borrego, Maria José
Data: 2025
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.18/10625
Origem: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Assunto(s): Chlamydia Trachomatis; Bacterial Typing Techniques; Lymphogranuloma Venereum; Molecular Epidemiology; Molecular Typing; Portugal; Infecções Sexualmente Transmissíveis
Descrição
Objectives: Chlamydia trachomatis is classified into 15 major genotypes, A to L3, based on the diversity of ompA gene. Here, we evaluated and characterised the distribution and diversity of ompA-genotypes over 32 years (1990–2021) in Portugal. Methods: The collection of the Portuguese National Reference Laboratory for Sexually Transmitted Infections includes 5824 C. trachomatis-positive samples that were successfully ompA-genotyped between 1990 and 2021. An in-depth analysis of ompA-genotypes distribution across the years, as well as by biological sex, age and anatomical site of infection was performed. Results: ompA-genotype E was consistently the most frequently detected across the years, with a median frequency of 34.6%, followed by D/Da (17.6%), F (14.3%) and G (10.7%). The prevalence of lymphogranuloma venereum (LGV) genotypes (mostly L2, 62.0%, followed by L2b, 32.1%) increased since 2016, reaching the highest value in 2019 (20.9%). LGV, G and Da genotypes were associated with biological sex, specifically with being male, and were the most frequent among anorectal specimens (37.7%, 19.4% and 17.7%, respectively). Notably, LGV ompA-genotypes represented 38.9% of the male anorectal specimens since 2016, and were also detected among oropharynx and urogenital samples. ompA-genotype E was the most frequently detected at the oropharynx (28.6%) and urogenital (33.9%) sites during the study period, followed by D/Da (17.4%) and F (16.0%) in the urogenital specimens, and by G (26.1%) and D/Da (25.7%) in oropharynx specimens. Our data also highlight the emergence of the recombinant L2b/D-Da strain since 2017 (representing between 2.0% and 15.5% of LGV cases per year) and the non-negligible detection of ompA-genotype B in urogenital and anorectal specimens. Conclusions: This study provides a comprehensive landscape of C. trachomatis molecular surveillance in Portugal, highlighting the continued relevance of ompA-genotyping as a complement to rapid LGV-specific detection tests. It also contributes to a deeper understanding of C. trachomatis epidemiology, diversity and pathogenicity.
Objetivos: Chlamydia trachomatis é classificada em 15 genótipos principais, de A a L3, com base na diversidade do gene ompA. Neste estudo, avaliamos e caracterizamos a distribuição e diversidade dos genótipos ompA ao longo de 32 anos (1990-2021) em Portugal. Métodos: A coleção do Laboratório Nacional de Referência para Infeções Sexualmente Transmissíveis de Portugal inclui 5824 amostras positivas para C. trachomatis que foram genotipadas com sucesso para ompA entre 1990 e 2021. Foi realizada uma análise aprofundada da distribuição dos genótipos ompA ao longo dos anos, assim como por sexo biológico, idade e local anatómico de infeção. Resultados: O genótipo-ompA E foi consistentemente o mais frequentemente detetado ao longo dos anos, com uma frequência mediana de 34.6%, seguido pelos genótipos D/Da (17.6%), F (14.3%) e G (10.7%). A prevalência dos genótipos LGV (L2, 62.0%, seguido por L2b, 32.1%) aumentou a partir de 2016, atingindo o pico em 2019 (20.9%). Os genótipos LGV, G e Da foram associados ao sexo biológico, nomeadamente com ser homem, e foram os mais frequentes entre as amostras anorretais (37.7%, 19.4% e 17.7%, respetivamente). Os genótipos-ompA LGV representaram 38.9% das amostras anorretais masculinas desde 2016, e também foram detetados em amostras orofaríngeas e urogenitais. O genótipo-ompA E foi o mais frequentemente detetado na orofaringe (28.6%) e na região urogenital (33.9%) durante o período do estudo, seguido por D/Da (17.4%) e F (16.0%) nas amostras urogenitais, e por G (26.1%) e D/Da (25.7%) nas amostras orofaríngeas. Os nossos dados também destacam o surgimento da estirpe recombinante L2b/D-Da a partir de 2017 (representando entre 2.0% a 15.5% dos casos de LGV por ano) e a deteção não negligenciável do genótipoompA B em amostras urogenitais e anorretais. Conclusões: Este estudo fornece um panorama abrangente da vigilância molecular de C. trachomatis em Portugal, enfatizando não só a relevância contínua da genotipagem-ompA como complemento aos testes rápidos de deteção específicos para LGV, mas também contribuindo para um conhecimento mais profundo sobre a epidemiologia, diversidade e patogenicidade de C. trachomatis.